E rezam as lendas que para serem mais honestos do que ele têm que nascer duas vezes (V)
"Vários outros indicadores podiam ser apresentados para confirmar que Portugal se encontra numa situação particularmente difícil. Neste contexto, surpreende que possa ter passado despercebido nos meios políticos e económicos o alerta lançado pelo Governador do Banco de Portugal, em Janeiro passado, de que, e cito, “são insustentáveis tanto a trajectória da dívida pública como as trajectórias da dívida externa e da Posição de Investimento Internacional do nosso País”."
"Em 10 de janeiro de 2011, quando decorria em pleno a campanha eleitoral, também o Governador do Banco de Portugal alertou para a situação que vivíamos, dizendo serem “insustentáveis tanto a trajetória da dívida pública como as trajetórias da dívida externa e da posição de investimento internacional do nosso País”. Levei muito a sério estas declarações"
"É essencial que todos compreendam que as dificuldades que Portugal atravessa derivam de um nível insustentável da dívida do Estado e da dívida do país para com o estrangeiro"
"A trajetória insustentável da dívida pública (que, na primeira década do século XXI, subiu de 50 para 93,5 por cento do PIB), a que acrescia a dívida do setor empresarial do Estado, suscitava dúvidas crescentes aos mercados quanto à capacidade futura do País para cumprir as suas responsabilidades de pagamento de juros e de reembolso."
"Surpreende-me que em Portugal existam analistas e até políticos que digam que a dívida pública portuguesa não é sustentável. É uma surpresa porquê? Se os nossos credores dizem que é sustentável... Comissão diz que é sustentável, Banco Central Europeu diz que é sustentável, FMI diz que é sustentável e somos nós que somos os devedores que dizemos que não é sustentável. Desculpe, só há uma palavra para definir esta atitude: masoquismo."