Epifania à vista?
O Jornal de Negócios noticiou que as novas encomendas às fábricas alemãs tiveram em setembro a maior queda deste ano.
Como a notícia descreve, entre outros motivos para esta redução, verificou-se uma diminuição nas exportações da Alemanha. Sabendo-se que boa parte destas exportações têm como destino países europeus, rapidamente se estabelece uma ligação que para muito boa gente já não é novidade.
A verdade é que a Alemanha começa a ser atingida pelas consequências diretas das políticas de austeridade que orgulhosamente defende e que, infelizmente, continuam a infligir danos em várias economias europeias e a ferir a coesão e a solidez da União. Mesmo a maior economia europeia começa a revelar sinais de fadiga, como consequência da teimosia de pessoas como Angela Merkel ou Wolfgang Schäuble em impor aos seus parceiros europeus (parceiros – não súbditos ou subordinados), políticas de austeridade que se revelam contraproducentes.
Pode ser que a constatação desta queda nas encomendas à indústria alemã funcione como uma espécie de epifania para alguns dos que ainda conseguem conjeturar sobre a existência de benefícios resultantes de políticas de austeridade cega e aplaudir quando alguém diz algo tão patético como ser necessária austeridade para “convencer o mundo de que vale a pena investir na Europa”.
É que, por este caminho, um dia poderá não haver “Europa” para investir.
(Imagem)