"o que torna geral a vontade pública não é o número de votantes, mas o interesse comum que os une"
(Jean-Jacques Rousseau)
Se 2013 findasse amanhã, os grandes ensinamentos que retiraríamos do ano político são: que certas opções coletivas do passado têm, mais do que nunca, consequências penosas no futuro (vd. Presidenciais 2006 e 2011); vergando o direito, o populismo e a demagogia voltam a reinar, acentuando-se na política autárquica e nos antros de certo comentarismo político; que é sempre possível reforçar a ilusão da inevitabilidade; que, mesmo perante a evidência empírica, a mentira enraíza-se tanto que se criam mitos que suportam políticas catastróficas; que a incompetência frutifica; que a nova utopia já não é mais a igualdade entre os Homens, mas o que deveria ser o pressuposto da praxis política: a primazia do interesse comum face aos interesses particulares. Restam 143 dias, para que se evite que 2013 seja retratado historicamente desta forma.