Taxas e taxinhas
Segundo a "New Yorker" na última década a principal fonte de receita das companhias áreas americanas é a cobrança de taxas (ex: bagagem no porão, assentos mais cómodos, wi-fi, embarque mais rápido...), tendo aumentado 1200% desde 2007.
No entanto, para que as taxas funcionem, continua a reportagem, é necessário que os passageiros considerem essenciais as contrapartidas, isto é, que o serviço básico sem as taxas fique degradado o suficiente para que os clientes sintam a necessidade de pagar o serviço extra.
Deste modo, as companhias áreas tem um forte incentivo para tornar o serviço básico quase intolerável - actualmente os lugares mais largos na classe económica nas principais companhias áreas americanas são mais estreitos do que os piores lugares nos anos 90.
Interrogo-me se este incentivo não existe também nos serviços públicos; se a degradação dos mesmos abaixo do aceitável não será uma forma de empurrar os utentes para o pagamento de taxa "premium" no privado, quer esta seja na saúde, educação, complementos de reforma ou mesmo na justiça.