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Sem antídoto conhecido.

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08
Mai16

Sobre a requalificação do Eixo Central de Lisboa

Frederico Francisco

A requalificação do Eixo Central de Lisboa tem estado presente na imprensa nacional ao longo dos últimos meses, com a cobertura das inúmeras sessões de discussão promovidas pela Câmara Municipal de Lisboa e outras entidase.

Sobre o projecto em si, basta dizer que se trata da requalificação da Av. da República e Av. Fontes Pereira de Melo, parte do Eixo Central de Lisboa, orientadas para uma melhoria do espaço público e das condições de mobilidade para peões e ciclistas em detrimento do espaço de circulação e estacionamento automóvel. Importa, também, dizer que esta obra, além de explicitamente referida, se enquadra nos princípios de política de mobilidade presentes no programa eleitoral votado por uma maioria dos munícipes na últimas eleições autárquicas.

Antes e Depois.jpg

A Associação de Moradores das Avenidas Novas e o vereador João Gonçalves Pereira (CDS) mobilizaram-se na contestação ao plano, tendo como principal argumento a redução do número de lugares de estacionamento disponíveis na via pública. Mais do que nos argumentos em concreto, a contestação basei-se na ideia de que ter estacionamento gratuito no centro de Lisboa é um direito que se sobrepões ao direito à circulação conformtável a pé, à circulação de bicicleta, à fruição do espaço público, ou a um ar respirável. Estes princípios são precisamente os contrários daqueles que foram sufragados.

A verdade é que acabaram por conseguir o que reclemavam. O presidente da CML acabou por ceder e anunciar uma alteração ao projecto que aumenta o espaço de estacionamento à custa da eliminação de uma das ciclovias unidireccionais na Av. da República. Esta alteração foi de encontro directo à proposta do vereador João Gonçalves Pereira, como o próprio fez questão de assinalar após o anúncio. A CML compreteu-se, também, a fininciar avenças a preços reduzidos em parques de estacionamento privados para os moradores de uma das zonas mais valorizadas das cidade de Lisboa.

Ora, depois desta posição de compomisso de Fernando Medina que, a meu ver, foi longe demais nas cedências, esperar-se-ia que quaisquer motivos para constestação ficassem esvaziados. A realidade encarregou-se de mostrar que qualquer expectativa de razoabilidade do lado que que contesta este projecto se tratava de uma ilusão. Menos de uma semana após o início das obras, está já marcado um buzinão contra as obras, que contou com o apoio imediato do vereador do CDS na CML.

Fica claro para mim que fiz, ao longo deste debate, um juízo errado das motivações dos opositores a este projecto. Na minha inocência, sempre achei que fossem movidos pela vontade de manter os seus hábitos de mobilidade baseados na utilização do automóvel e no desejo de ter estacionamento gratuito à porta de casa.

Fica claro que o argumento da perda de estacionamento era apenas circunstancial e que a verdadeira motivo sempre foi e continua a ser de travar a obra a todo o custo.

Acusam Fernando Medina de ser eleitoralista por querer ter obras prontas antes das eleições. Quase sou levado a pensar que estas pessoas que contestam estas obras desta forma têm medo que as obras se façam e que os lisboetas descubram que as coisas ficaram melhores depois das obras e, eventualmente, recompensem eleitoralmente o executivo que as promoveu. Mas talvez isto seja a irritação e a minha mente conspiratória a falar...

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«As circunstâncias são o dilema sempre novo, ante o qual temos de nos decidir. Mas quem decide é o nosso carácter.»
- Ortega y Gasset

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