É trágico quando falhamos colectivamente
Falhámos dramaticamente ao não perceber o quanto estava em causa no caso Leonor Cipriano. Falhámos colectivamente porque não houve desconhecimento. O Expresso fez capa, deu-lhe a devida publicidade. E, honra lhe seja feita, Marinho Pinto fez também a parte que lhe competia. Só nos podemos queixar de nós próprios.
Faltou-nos. Faltou-nos perceber que os valores do Estado de direito tinham de estar à frente do nosso preconceito. Faltou-nos. Faltou-nos perceber que não podemos desviar. Faltou-nos. Faltou-nos coragem, disponibilidade ou arrojo para sairmos do nosso conforto e fazer. Fazer qualquer coisa.
Como na Crónica de Uma Morte Anunciada todos nos conformamos com a ideia que alguém que não nós fará algo. E todos convencidos disso, ninguém faz nada. E como uma boa tragédia colectiva, estamos confrontados com o momento em que só há soluções péssimas.