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365 forte

Sem antídoto conhecido.

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10
Out15

Dos acordos com partidos com propostas que vão contra pilares do regime

Nuno Oliveira

Uma das críticas que se ouve na hipótese de acordo do PS com os partidos à sua esquerda é o facto destes terem propostas que vão contra pilares do regime.

 

O que é estranho é que tal diabolização só ocorra à esquerda. Quando o PSD fez acordos de coligação com o PPM, o último em 2005, alguém confrontou os dois partidos da mesma forma? 

 

Questionou-se se o PSD iria obrigar o PPM a recusar a defesa da monarquia para efectivar um acordo? Questionou-se sobre a hipotética incoerência da monarquia que o PPM defendia (e defende) não constar da plataforma de entendimento?

 

Dissertou-se horas sobre a má imagem que resultava para o PSD o facto de unir-se a um partido que defende que o chefe de Estado seja indicado de forma divina e não democrática? Escreveram-se artigos inflamados de republicanos a afirmar que deixariam de votar no PSD?

 

Como sabemos, a novidade desperta sempre alguns temores, sobretudo quando estes temores são convenientes. Convinha contudo que houvesse uma maior serenidade no discurso público e não agitar espantalhos.

 

Afinal, tanto se perorou sobre compromissos e vai-se a ver, confrontados com reais hipóteses da existênca de compromissos, há sempre escandalizados de serviço.


 

9 comentários

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    Jaime Santos 11.10.2015

    O seu tiro falha nos dois pontos: primeiro, a Esquerda nunca contestou a presença do PPM no Governo, Ribeiro Teles até foi, creio, deputado independente pelo PS. Mário Soares chegou a admitir que poderia haver monárquicos no PS. Portanto, relativamente à tolerância por opiniões distintas do consenso habitual, a Esquerda leva a Palma. Segundo, assume que um acordo de coligação entre PS/BE/PCP obrigará o PS a passar todas as linhas vermelhas que estabeleceu e que não garantirá a Estabilidade Governativa. Calma, homem! Espere para ver e depois criticar, não comece a sentir já o Poder a fugir-lhe debaixo dos pés. Os Partidos da Esquerda têm muita pedra para partir e o mais provável é mesmo um Governo PàF com tolerância do PS. Agora, se pensam que Costa vai entregar já os pontos ao PSD/CDS e depois o Partido em Março a um qualquer mono que o 'pasoke', desenganem-se. E habituem-se, porque a Maioria Absoluta, já era!
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    Carlos 11.10.2015

    Meu caro ,

    Eu não escrevi que a esquerda contestou a presença do PPM no governo,nem tão pouco me referi a esse partido ou qualquer outro , limitei-me a fazer um comentário sobre países monárquicos.
    O PS, melhor dizendo, António Costa, não tem linhas vermelhas, qualquer coisa lhe serve desde que se consiga manter em cena.O problema básico vai ser ,se formarem o tal governo , quando tiverem que preparar o orçamento do estado para apresentarem em Bruxelas.
    A realidade sócio económica e política de hoje é a que temos, não é a que gostaríamos que fosse.Não estou a ver Bruxelas dar luz verde a um orçamento que agrave o défice das contas públicas, ainda mais se , como tudo indica, ele ficar abaixo dos 3% este ano.
    Sinceramente não estou a ver o PCP ou o BE a comprometerem-se com medidas de redução do défice ou contenção orçamental.Não estou a ver o PCP a abdicar do único poder que ainda detém que são os sindicatos da CGTP, teríamos Arménio Carlos no palanque a apelar às massas trabalhadoras para terem paciência porque se o PCP aprovou estas medidas é porque elas são mesmo necessárias.Claro que sendo os outros a aprovar isso já é um roubo e um ataque às conquistas dos trabalhadores.O problemas básico que se depara neste momento não é se governa a esquerda ou se governa quem ganhou as eleições.O problema básico é termos um governo sustentado em partidos que são contra a união europeia, contra o euro, contra a economia do mercado, contra o rigor orçamental.Quem nos empresta o dinheiro pouco lhe interessa se o governo é deste ou daquele partido , interessa-lhe sim a certeza de que pagamos e honramos os nossos compromissos, que somos um país que oferece confiança e que não se limita a viver com o dinheiro dos outros sem mostrar a menor intenção de se ajustar à realidade europeia e mundial.
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    Anónimo 11.10.2015

    Pois não, você não falou da ausência de contestação da Esquerda ao PPM, desconversou, porque era esse o ponto do Nuno Oliveira. Relativamente a Costa ter ou não ter linhas vermelhas, não sei o que lhe vai na alma, sei que ele sabe ao que se comprometeu durante a Campanha e espero que seja suficientemente inteligente para perceber que o eleitorado não lhe perdoaria se enveredasse pelo frentismo esquerdista de saída do Euro, da UE ao da Nato. Aí, o sucessor de Cavaco bem poderia dissolver a AR e convocar eleições antecipadas, que a Direita venceria folgadamente com Maioria Absoluta. Mas uma coisa é verdade, Costa nunca excluiu um acordo com a Esquerda, como a sua intervenção no Congresso do PS bem mostra e eu votei nele sabendo isso. Aliás, durante a Campanha disse que chumbaria um Governo Minoritário da Direita (o que lhe custou votos, seguramente) e agora moderou o discurso. Quanto ao resto do que diz, está a fazer futurologia de pacotilha. Diz que sinceramente não está a ver isto e aquilo. Pois, eu também não, mas também não estava a ver Jerónimo de Sousa a dizer o que disse. Deixe-os trabalhar numa alternativa, deixe o PSD+CDS apresentarem propostas ao PS e deixe que os Socialistas se pronunciem sobre uma hipótese ou outra. É assim que funciona. Qual é a pressa ?
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    Carlos 11.10.2015

    Futurologia de pacotilha faz a Maia.Limitei-me a dar a minha opinião, que vale tanto como a sua e dos outros que participam.
    A pressa é Portugal ter de apresentar contas em Bruxelas durante o mês de Novembro. A pressa é que se não forem tomadas medidas até lá, no dia 1 de Janeiro o país ficará a ser governado por duodécimos e todas as medidas de contenção orçamental perdem a validade.Um pequeno pormenor que provocará um significativo acréscimo do défice orçamental de consequências imprevisíveis. A pressa é não nos tornarmos rapidamente numa nova Grécia.
    Se os eleitores quisessem ter como primeiro ministro António Costa, ou qualquer outro dos líderes partidários , tinham votado neles, mas não foi isso que aconteceu.
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    Jaime Santos 11.10.2015

    Resumindo o seu argumento, se o PS não capitular já, vem aí de novo a troika. Já deu para perceber que o argumento do medo é o favorito da Direita, antes e depois das eleições. Para amantes da Democracia, estamos conversados. Deixe-me só lembrar-lhe duas coisas. As eleições foram há oito dias. Se PPC e PP estivessem assim com tanta pressa tinham ido para a reunião que ELES marcaram com Costa com um conjunto de propostas para Costa analisar, em vez disso esperavam que Costa levasse as suas, o que implicaria aceitar que o Governo deveria ser do PSD+CDS se estes dois Partidos aceitassem as ditas propostas do PS. Eu não espero que o Líder do Partido em que votei faça de PATO perante a coligação, já bastou a má Campanha. Perderam a Maioria, habituem-se. Segundo, pare com essa treta de que o cargo de PM é de eleição direta, mostre-me lá na CRP onde diz isso. O Governo emana da AR, como Paulo Portas bem explicou a Passos Coelho no debate que se pode ver numa das postas abaixo. De novo, perderam a Maioria, habituem-se.
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    Carlos 11.10.2015

    Medo ? Acho que está a confundir medo com a realidade e as obrigações do estado.Como escrevi anteriormente, não me parece que seja com o PCP e o BE que algum governo consiga em primeiro lugar governar,e em segundo lugar, produzir um orçamento de estado com viabilidade.
    A PaF não é maioritária mas ganhou as eleições, e se isso não é suficiente para PPC ser indigitado primeiro ministro porque os votos não contam, então podemos propor a Catarina Martins para chefe do governo, é tão legitimo como qualquer outra opção desde que ela consega reunir os apoios suficientes no parlamento.
    O país terá de ter um governop, seja PPC ou AC ou primeiro ministro , apenas não acredito na estabilidade e na viabilidade de um governo suportado pelo PCP e BE, as suas agendas partidárias estão a léguas do que o país necessita.
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    Jaime Santos 11.10.2015

    A si parecem-lhe muitas coisas. É pouco provável que o PS, o BE e o PCP se entendam em torno de um acordo comum, mas espero para ver, e não agito o fantasma da troika, especialmente uma semana depois das eleições e quando a Direita arrasta os pés e limita-se a pôr pressão sobre Costa, esperando que capitule. Também não sugiro, como José Gomes Ferreira, que o PR deve deixar a escolha do Governo para o seu sucessor. A CRP deixa ao Presidente da República a Prerrogativa de convidar quem entende para formar Governo, ouvidos os Partidos e conhecidos os resultados eleitorais definitivos, sendo que a tradição constitucional (que também conta num sistema de Governo maduro) é de que deve ser o líder do Partido mais votado, neste caso o PSD, a receber primeiro esse convite. Foi Cavaco que inovou e disse que só daria posse a uma solução maioritária. Se o que teme é que Cavaco convide António Costa, os seus comentários são mal dirigidos, dirija-se antes a Cavaco. O que Costa disse na noite das eleições é que só rejeitaria o Programa de Governo da PàF se dispusesse de uma alternativa de Governo para apresentar ao PR. Finalmente, quanto à sua sugestão de que poderia ser Catarina Martins, com certeza, se o PS estivesse disposto a tal, coisa que não está, porque isso trairia os seus compromissos eleitorais. É assim que funciona de momento na Bélgica e na Dinamarca, por exemplo. Num sistema parlamentar, quem recolhe apoio maioritário de um ou mais Partidos, forma Governo. Como bem explica Portas no tal debate.
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    Carlos 12.10.2015

    Pode acrescentar ao que explica Portas o resto que Portas explica e não aparece nesse vídeo , e pode também acrescentar o que explicou Costa no congresso do PS em 2009.Não fica bem olharmos só para os deslizes dos outros.
    Saúdo-lhe a crença que um governo PS apoiado no PCP e BE vão trazer coisas boas ao país.Pessoalmente e sem nenhuma hesitação prefiro um governo PS minoritário que garantidamente seria apoiado pelo PSD nas matérias importantes, mas não foi esse o resultado das eleições. Quanto ao PR , não acredito que nomeie Costa primeiro ministro, tivesse o PS ganho as eleições, sem dúvida que o faria , nas condições que se adivinham duvido muito.
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