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365 forte

Sem antídoto conhecido.

Sem antídoto conhecido.

19
Jul16

Noticias readymade

CRG

“an implicit conflict of interest between that which is highly viewable and that which is highly illuminating.” 

William F. Buckley Jr. 

 

O famoso urinol de Duchamp redefiniu o que era arte: um objecto comum poderia ser elevado à categoria de obra de arte através da simples escolha do artista. Este movimento privilegiou o conceito sobre a consideração estética - a beleza deixou de ser algo objectivo. Ao mesmo tempo, critica explicitamente o mercado de arte em que a assinatura vale mais do que a qualidade do produto, assim como a noção de artista enquanto criador.

 

Ao assistir a algumas noticias que pululam nos media de pouco/nenhum valor informativo e, mais recentemente, a forma como estes lidaram com o atentado em Nice ao mostrar imagens chocantes, questiono-me se a comunicação social não foi invadida por pseudo-duchamp: tudo passa a ser jornalismo. Foi abandonado o conceito de informação (um conjunto organizado de dados). Em seu lugar foi adoptada a bem mais barata e simples retransmissão do que se está a passar. 

 

Ao contrário de Duchamp, que tinha do seu lado a liberdade artística, não se assiste a uma critica inteligente e deliberada ao seu meio e ao mercado. É apenas a tentativa de sobreviver a um mercado cada vez mais reduzido, pressionado pela inexistência de tempo e pela redução do valor económico da notícia. Neste contexto, as empresas de comunicação social dedicam-se a difundir todos os readymades que se lhe atravessam à procura de mais um clique ou mais um décima de share.

14
Jul16

Previsão negra sobre o futuro do Reino Unido (ou da “Pequena Inglaterra”)

Diogo Moreira
12
Jul16

Europa dura

CRG

"As regras são as regras"

Sapin, Ministro das Finanças Francês

 

Das poucas coisas que retive do estudo do direito romano foi que a expressão "sed lex dura lex" surgiu no seu declínio: por falta de talento, os romanos tornaram-se incapazes de arranjar novas soluções que fossem justas, pelo que se limitavam a seguir cegamente a lei, insensíveis aos mais básicos princípios de justiça. Na verdade, quando o único argumento para aplicação da uma norma é a sua existência, o mais provável é que esta seja injusta. E quando a possível sanção, ou mesmo a sua promessa, dificulta o cumprimento da norma, chega-se ao cúmulo da irracionalidade. E, finalmente, quando quem profere estas palavras é o Ministro do país que mais vezes incumpriu com os limites do défice, sem nunca ter sido sancionado chega-se a um nível que nem André Breton julgaria possível.

 

No entanto, o episódio das sanções não se resume à questão jurídica. Sendo, aliás,  sobretudo política. A primeira tenta esconder-se sob a autoridade da primeira do mesmo modo que a opção política de combate à crise refugiou-se sob uma suposta autoridade económica. Em ambos os casos, uma análise mais cuidada desfaz esse manto de autoridade, revelando uma instituição disforme e arbitrária. Em declínio?

 

12
Jul16

Democracia na UE? A machadada de Costa

Diogo Moreira

Quando o Primeiro-Ministro de Portugal declara em conferência de imprensa que o funcionamento do Conselho Europeu de Ministros das Finanças é “um processo opaco e juridicamente discutível”, em que as suas dissensões internas são ignoradas em favor de “uma unanimidade artificial para o exterior”, não está a descrever uma instituiço democrática. Muito pelo contrário.



Talvez isto sirva para acordar os euro-entusiastas que ainda acham que a UE é algo que tem valores democráticas, em vez de ser uma ameaça à própria democracia.

12
Jul16

Sanções da UE: Portugal vai voltar a estar intervencionado?

Diogo Moreira
04
Jul16

PAF: eventuais sanções são por causa da política actual

CRG

The liar is inescapably concerned with truth-values. In order to invent a lie at all, he must think he knows what is true. And in order to invent an effective lie, he must design his falsehood under the guidance of that truth. On the other hand, a person who undertakes to bullshit his way through has much more freedom. His focus is panoramic rather than particular. He does not limit himself to inserting a certain falsehood at a specific point, and thus he is not constrained by the truths surrounding that point or intersecting it. He is prepared to fake the context as well, so far as need requires.

(...)

It is impossible for someone to lie unless he thinks he knows the truth. Producing bullshit requires no such conviction. A person who lies is thereby responding to the truth, and he is to that extent respectful of it. When an honest man speaks, he says only what he believes to be true; and for the liar, it is correspondingly indispensable that he considers his statements to be false. For the bullshitter, however, all these bets are off: he is neither on the side of the true nor on the side of the false. His eye is not on the facts at all, as the eyes of the honest man and of the liar are, except insofar as they may be pertinent to his interest in getting away with what he says. He does not care whether the things he says describe reality correctly. He just picks them out, or makes them up, to suit his purpose.

"On Bullshit" - Harry Frankfurt

01
Jul16

Planos para o fim de semana

João Martins

Nos próximos dias, vou tentar perceber a lógica argumentativa dos que defendem que o atual governo é o responsável pelo défice de 2015, ao mesmo tempo que insistem em dizer que com ele só tem continuado a austeridade.

Desejem-me sorte.

Pág. 1/2

«As circunstâncias são o dilema sempre novo, ante o qual temos de nos decidir. Mas quem decide é o nosso carácter.»
- Ortega y Gasset

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