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365 forte

Sem antídoto conhecido.

Sem antídoto conhecido.

30
Nov12

Educação - a verdade é como o azeite

mariana pessoa

Poderia vir aqui fazer contas ao que o Primeiro Ministro deseja fazer à escola pública, indo buscar o que Mário Nogueira e sus muchachos disseram sobre as propostas do Partido Socialista para a Educação desde 2007. Para variar, o Aspirina B já fez isso e em bom.

 

Vou apenas fazer uma singela nota de rodapé,juntando as máximas "a verdade é como o azeite, vem sempre ao de cima" e "o diabo está nos detalhes".

 

"...e já há quem defenda a suspensão do processo e que se mantenha este ano o modelo de 2011 que apenas obrigava os docentes a entregar no final do ano lectivo um relatório de autoavaliação."

 

É este o tipo de avaliação que os sindicatos dos professores querem que os professores tenham.Sempre foi. Toda o argumentário era fogo de artifício para esconder o essencial. 

 

 

 

 

 

29
Nov12

Mudar de política para resgatar a esperança

Nuno Pires

Uma governação que é contrária ao que foi prometido aos eleitores (em campanha, em programa eleitoral, em programa de Governo...) não é uma governação - é um embuste. E se este embuste originar o colapso da economia, com a angustiante escalada do desemprego, originando um evidente descontrolo das contas públicas, importa colocar um travão, antes que seja tarde demais.

 

Impelidos pela vontade de ajudar o país a acabar com este embuste e devolver esperança a Portugal, 78 cidadãos subscreveram uma carta aberta ao Primeiro-Ministro, apelando a uma urgente mudança de política ou, alternativamente, à demissão de Passos Coelho.

 

Reproduzo-a abaixo, subscrevendo-a integralmente.

 

"Exmo. Senhor Primeiro-Ministro,

Os signatários estão muito preocupados com as consequências da política seguida pelo Governo.

À data das últimas eleições legislativas já estava em vigor o Memorando de Entendimento com a Troika, de que foram também outorgantes os líderes dos dois Partidos que hoje fazem parte da Coligação governamental.

O País foi então inventariado à exaustão. Nenhum candidato à liderança do Governo podia invocar desconhecimento sobre a situação existente. O Programa eleitoral sufragado pelos Portugueses e o Programa de Governo aprovado na Assembleia da República, foram em muito excedidos com a política que se passou a aplicar. As consequências das medidas não anunciadas têm um impacto gravíssimo sobre os Portugueses e há uma contradição, nunca antes vista, entre o que foi prometido e o que está a ser levado à prática.

Os eleitores foram intencionalmente defraudados. Nenhuma circunstância conjuntural pode justificar o embuste.

Daí também a rejeição que de norte a sul do País existe contra o Governo. O caso não é para menos. Este clamor é fundamentado no interesse nacional e na necessidade imperiosa de se recriar a esperança no futuro. O Governo não hesita porém em afirmar, contra ventos e marés, que prosseguirá esta política - custe o que custar - e até recusa qualquer ideia da renegociação do Memorando.

Ao embuste, sustentado no cumprimento cego da austeridade que empobrece o País e é levado a efeito a qualquer preço, soma-se o desmantelamento de funções essenciais do Estado e a alienação imponderada de empresas estratégicas, os cortes impiedosos nas pensões e nas reformas dos que descontaram para a Segurança Social uma vida inteira, confiando no Estado, as reduções dos salários que não poupam sequer os mais baixos, o incentivo à emigração, o crescimento do desemprego com níveis incomportáveis e a postura de seguidismo e capitulação à lógica neoliberal dos mercados.

Perdeu-se toda e qualquer esperança.

No meio deste vendaval, as previsões que o Governo tem apresentado quanto ao PIB, ao emprego, ao consumo, ao investimento, ao défice, à dívida pública e ao mais que se sabe, têm sido, porque erróneas, reiteradamente revistas em baixa.

O Governo, num fanatismo cego que recusa a evidência, está a fazer caminhar o País para o abismo.

A recente aprovação de um Orçamento de Estado iníquo, injusto, socialmente condenável, que não será cumprido e que aprofundará em 2013 a recessão, é de uma enorme gravidade, para além de conter disposições de duvidosa constitucionalidade. O agravamento incomportável da situação social, económica, financeira e política, será uma realidade se não se puser termo à política seguida.

Perante estes factos, os signatários interpretam - e justamente - o crescente clamor que contra o Governo se ergue, como uma exigência, para que o Senhor Primeiro-Ministro altere, urgentemente, as opções políticas que vem seguindo, sob pena de, pelo interesse nacional, ser seu dever retirar as consequências políticas que se impõem, apresentando a demissão ao Senhor Presidente da República, poupando assim o País e os Portugueses ainda a mais graves e imprevisíveis consequências.

É indispensável mudar de política para que os Portugueses retomem confiança e esperança no futuro.

PS: da presente os signatários darão conhecimento ao Senhor Presidente da República.

Lisboa, 29 de Novembro de 2012"

 

A lista de subscritores está disponível aqui.

29
Nov12

Pedro falou.

Pedro é um homem pendurado num lugar aonde ele não poderia chegar. Pedro é fraco e está à larga. Gesticula, esperneia, gorgoleja palavras incautas e inauditas que fazem eco, e esse eco ouve-o Pedro com um prazer cruel. Pedro não sabe, Pedro nunca soube. Pedro é pouco, é pequenino.

Pedro falou e nós tivemos que o ouvir.

28
Nov12

Ensinamento da noite

Nuno Pires

No rescaldo de uma entrevista de Pedro Passos Coelho à TVI, cuja quantidade e frequência de inverdades e disparates tornou quase impossível o seu registo, não quero deixar desde já de partilhar aqui o grande ensinamento económico da noite, o qual ocorreu logo ao fim de poucos minutos de entrevista.

 

Confrontado com a hecatombe registada na execução orçamental, nomeadamente no que concerne à quebra na receita, Passos Coelho considerou tratar-se de uma "surpresa orçamental" (novo conceito, a introduzir nos livros), recusando tratar-se de um erro nas previsões do Governo, como sugeriu Judite Sousa.

 

Estamos sempre a aprender: quando uma previsão económica é completamente oposta ao que se vem a verificar, não há qualquer erro nas previsões. E se o Governo tiver sido avisado (por várias vezes e por várias vozes) para a mais que expectável quebra nas receitas, ainda assim considera-se surpreendido.

 

Este Governo não erra - apenas é surpreendido, a cada boletim de execução orçamental, com os erros da realidade.

28
Nov12

Contributos para uma constituição liberal

Vega9000

Artigo 1º
Portugal


Portugal é um estado soberano, baseado na inviolabilidade da propriedade privada e na livre iniciativa, e empenhado na construção de uma sociedade totalmente livre de regras que possam restringir a livre iniciativa e a propriedade privada.

 

Artigo 2º
Estado de direito

 

Portugal é um Estado de direito, democrático ou não conforme as necessidades de ocasião, baseado na soberania popular, no pluralismo de expressão, na propriedade privada, no respeito e na garantia de efectivação das liberdades fundamentais da livre iniciativa e na separação e interdependência de poderes, visando a realização do que daí surgir, desde que conforme ao Artº 1º.

 

Artigo 3º
Tarefas fundamentais do Estado


a) Garantir a propriedade privada.
b) Não interferir na livre iniciativa.
c) Garantir o funcionamento do que seja estritamente necessário às alíneas a) e b), apenas e só no caso em que não haja um privado, em livre iniciativa, que o queira fazer.
d) No caso de um privado mostrar interesse em realizar alguma função do estado, este deve imediatamente privatizá-la.
e) Fora os casos em que seja estritamente necessário ao cumprimento das alíneas a) e b), o estado está proibido de tomar qualquer acção, de realizar qualquer gasto ou de emitir qualquer juízo ou opinião.
f) Ao estado, não sendo privado, está-lhe por isso vedado qualquer iniciativa.

 

Artigo 4º
Restantes considerações

 

Fora o estipulado nos Artigos 1º, 2º e 3º, vale tudo. Incluíndo arrancar olhos.

27
Nov12

Orçamento é crime de lesa-Pátria

Pedro Figueiredo

Foi Mário Soares quem terá pronunciado pela última vez, creio, o termo de crime de lesa-Pátria. O histórico fundador do PS e antigo Presidente da República disse, a 28 de Setembro de 2010, que NÃO aprovar aquele Orçamento de Estado então em discussão seria um crime de lesa-Pátria.


Dois anos depois, o termo pode voltar a recuperado, embora em sentidos e por razões opostas. O mais curioso é que acabo de ouvir da boca de Miguel Frasquilho, na SIC Notícias, que os deputados das bancadas parlamentares da coligação nem percebem bem o alarido que se anda a fazer à volta deste OE. Como é que hão-de querer comover a população com aquela declaração de voto?


Salto para o final do post com o excelente texto do Alexandre Abreu no Ladrões de bicicletas.


Se este Orçamento de Estado não é um crime de lesa-pátria, então não percebo o conceito. Quem gosta de continuar a pensar que o PSD e o PS são uma e a mesma coisa, com roupas e estilos diferentes, que se lembrem deste OE e das suas reais implicações na economia do País. Se é que algum dia este OE possa vir a ser posto em prática, mesmo sem esperar que se descubra vida em Belém.

26
Nov12

Definição politicamente correcta para incompetência

Pedro Figueiredo

Costuma dizer-se que quem avisa, amigo é. No caso concreto do economista belga Paul De Grauwe, é mesmo uma amizade que o liga ao ministro das Finanças português.

 

Aconselhou o amigo Vítor Gaspar a não exagerar na receita da austeridade. Explicou mesmo o que já muitas outras vozes têm vindo a dizer: estrangulando os contribuintes até ao limite do (in)suportável, ou até ultrapassar essa fronteira, não gera o tão necessário crescimento económico. Vai mais longe até: "Temo que Gaspar esteja a ir longe demais"

 

É melhor fazer um desenho. Em excel.

25
Nov12

Vizinhança

Nuno Pires

Val, Bafo de Onça:

Ver o Chefe de Estado a brincar com o empobrecimento, a miséria, a fuga de Portugal de centenas de milhares, o desespero de milhões, a irresponsabilidade governativa, a cobardia presidencial e o potencial descalabro do regime não pertence ao registo da comédia. Pertence à sua irmã grega.


Eduardo Pitta, Citação, 422:

José Pacheco Pereira, Os intelectuais e a “anulação do destino”, hoje no Público [...] «há uma enorme circulação de mentiras em curso, e há um enorme sofrimento na maioria das pessoas comuns»

 

Miguel Abrantes, A máquina de demitir pessoas que se mantém sempre em pé:

Eduardo Cintra Torres é um fervoroso apoiante deste Governo e foi uma das pessoas nomeadas pelo Dr. Relvas para a comissão incumbida de definir o serviço público de rádio e televisão. Por isso o seu depoimento tem um valor acrescido.

 

A.R., À espera de Godot:

As reformas, essas, podem continuar a esperar.

 

Hugo Mendes, A troika no seu melhor:

"Greek banks continue to face the consequences of the recession and an unwillingness of some borrowers to service their debt obligations, while credit to the economy keeps shrinking."

 

 

24
Nov12

"Andámos a viver acima das nossas possibilidades" é isto, não é? (Censos 2011)

mariana pessoa

Alguns resultados do Censos 2011

 

"Na última década, o país registou progressos muito significativos em todos os níveis de ensino:

  • A população com 23 ou mais anos com ensino superior passou de 9% em 2001 para 15%, em 2011, tendo o número de diplomados quase duplicado e atingido 1 244 742, 60% dos quais mulheres;
  • A população com 15 ou mais anos com pelo menos o 9º ano aumenta para 50%, sendo 38% em 2001;
  • A taxa de analfabetismo recuou de 9% em 2001 para 5,2% em 2011."

A trajectória de redução da taxa de analfabetismo: 11% em 1991, 9% em 2001 e 5,2% em 2011.

Mas há mais evidências do trabalho que tem sido desenvolvido ao longo da década, mormente com a festa socialista na educação num contexto de uma certificação da ignorância:
É, andámos a viver acima das nossas possibilidades. A ver se tornamos isto claro: viver acima das possibilidades é ter um país em que cerca de 1 em cada 10 portugueses é analfabeto (2001).
Ou, nas palavras de Derek Bok: If you think education is expensive, try ignorance.
PS: O Ministro Nuno Crato já veio congratular-se com estes resultados ou isto são coisas menores? 
23
Nov12

Coragem política?...

Nuno Pires

...Isso era quando se estava na oposição, altura em que sugerir um aumento na taxa de IVA do leite com chocolate era uma insuportável afronta às famílias portuguesas, que se encontravam, de acordo com o alegado Presidente da República, a aproximar-se do limite dos sacrifícios.

 

Agora, e de acordo com esta notícia do Expresso, os limites aos sacrifícios desapareceram e uma mãe que viva sozinha com um filho a seu cargo e tenha um rendimento mensal acima de €419 passa a ser uma afortunada que jamais necessitará do Fundo de Garantia dos Alimentos Devidos a Menores.

 

Garantir a subsistência de menores? Assegurar a alimentação dos mais novos e mais carenciados? Na conceção de quem nos governa, isso enquadra-se na categoria de gorduras do Estado e o facto deste fundo responder a deveres constitucionais ou a disposições da Convenção dos Direitos da Criança não é obstáculo para o PSD e o PP o alterarem, impedindo o acesso a parte dos seus beneficiários quando o rendimento do adulto ultrapasse a exorbitância de €419.

  

 

Pág. 1/6

«As circunstâncias são o dilema sempre novo, ante o qual temos de nos decidir. Mas quem decide é o nosso carácter.»
- Ortega y Gasset

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